Taça larga

Nº de referência da peça: 
C663

Faiança portuguesa, decoração “geométrica”
Lisboa, 1610 - 20
Dim.: 6,0 x 30,0 x 30,0 cm
Proveniência: colecção M.P., Lisboa

Basin
Portuguese faience, “Geometric” Design
Lisbon, 1610-1620
Dim.: 6,0 x 30,0 x 30,0 cm
Provenance: M.P. collection, Lisbon

Magnífica bacia de faiança dos inícios do seculo XVII, proveniente das olarias de Lisboa e decorados motivos geométricos na aba, com fundo ao gosto oriental, pintada a azul-cobalto sobre esmalte branco.
Salientamos a grande qualidade e finura da pasta, a suavidade do vidrado estanífero e a beleza da decoração a intensidade do azul utilizado nesta peça, assim como a sua tipologia formal.
Fundo decorado com uma exuberante paisagem exótica, de influência chinesa, na qual se evidenciam rochedos, plantas, flores diversas e no centro um pássaro. Está delimitado por uma moldura octogonal de filetes livres.
Na aba é moldada, com um relevo de formato triangular, que ocupa toda a sua largura e desenha oito alvéolos radiais justapostos, que prolongam os lados do octógono que limita o fundo. São decorados de várias linhas paralelas de espessura variável, alternando traços finos e espessos, que enquadram um elemento vegetalista, a porção terminal de uma folha. Este padrão geométrico destaca-se de um fundo preenchido por espirais contiguas.
No tardoz moldado em alvéolos está integralmente preenchida por apontamentos serpenteantes separados por pares de traços verticais, seguindo o esquema da porcelana Kraak.
Excelente exemplar da fase inicial da faiança portuguesa do século XVII, na qual o azul de cobalto se estabiliza, sobrevivendo ainda alguma influência da majólica italiana e dos ornatos islâmicos, lado a lado com o início dos motivos de influência chinesa, presentes no centro da peça, caracterizado pela sua extrema liberdade e fantasia decorativa.
Realçamos o formato da peça, uma bacia funda e o relevo em alvéolos, tipologia que encontramos com alguma frequência em covilhetes da porcelana da China do período de Transição.
A decoração da aba - constituída por elipses e triângulos paralelos homocêntricos – ocupa toda a superfície, num horror vacui que oprime a composição. Embora este preenchimento obsessivo se encontre na porcelana da China, é mais comum na louça quinhentista de Iznik e nas faianças islamizantes mudéjares valencianas. É o caso também dos motivos geométricos, onde existem semelhanças inquestionáveis com a ornamentação chinesa, como as espirais que podemos encontrar em peças Wucai do período de Transição (1620-1683).

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Extraordinary Lisbon made early 17th century faience basin, decorated in cobalt-blue pigment on a tin-white enamelled ground, the lip geometric decorative design complemented by the well’s dense figurative and contrasting composition. Of remarkable technical and decorative quality the piece is defined by its unusual typology, the fineness of the clay chosen for its manufacture, the subtlety and translucence of the glaze and the intensity of the blue pigment.
The deep well is filled by an exuberant Chinese influenced landscape centred by an elegant bird amongst rocks, bushes and flowers, the whole scene encircled by a double filleted octagonal frame. The raised fluted lip of eight continuous double triangles, emerging from each octagon face, is decorated in blue parallel lines of varying thicknesses encasing a palmette, on the well side, and a spiralled triangular field near the rim.
On the reverse, corresponding to each triangular alveolus, a sequence of serpentine lines alternating with pairs or parallel stripes in a composition that alludes to Kraak porcelain models.
An exceptional early 17th century Portuguese faience basin of unequivocal Italian Majolica and Islamic heritage, absorbing new Chinese influenced motifs, the whole composition characterised by the free brushstrokes, the decorative fantasy and an obvious exercise in colour control.
It is relevant to highlight the piece’s shape, a deep basin of raised alveolar surfaces, similar to Chinese transitional period plates. Additionally the lip decoration of ellipses and concentric parallel triangles filling up the whole surface in an excessive, almost obsessive horror vacui, is typical of Chinese porcelain pieces, albeit being more prevalent in 16th century Iznik and Valencian Mudéjar ceramics. Geometric patterns are equally recorded in Chinese ornamental detailing, namely the spirals often present in Wucai transition period porcelain (1620-1683).

  • Arte Portuguesa e Europeia
  • Azulejos e Faianças

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