Salva de Pé

Nº de referência da peça: 
B305

A Footed dish (Tazze)
Silver
Portugal, Lisbon, 2nd-half of the 16th century
Dim.: 10.0 x 26.5 x 26.5 cm
Weight: 645 g

Prata
Portugal, Lisboa, séc. XVI (segunda metade)
Dim.: 10,0 x 26,5 x 26,5 cm
Peso: 645 g

Shallow dishes or low footed bowls, known in Italy as tazza and designed for presenting foodstuffs on the dining table were, similarly to those from Renaissance Venice, made in glass or in precious metals. It is likely that the latter tazze supplied the glass makers with models from which the glass versions were made. European paintings, dating from the 16th and 17th centuries, provide numerous images of how these glass and often silver dishes, were used for serving wine or dressed for displaying a variety of delicacies or sweetmeats, such as biscuits and candied of fresh fruits. Known in Portugal as salvas, they were destined for tasting wines or foods for poison.
The present example, probably destined for serving delicacies or fruit, would have been put on display when not in use. Of unusual, squared dish, it is a rare survival of Portuguese Mannerist display silver dating from the second half of the 16th century. Finely chased, its typically Mannerist rolls (cuir) and ferroneries decoration on punctured ground, as well as its cast lion masks set within cartouches, were possibly modelled after contemporary printed sources. It comprises of a turned, moulded foot that screws up onto the square dish of circular turned cavetto, by a thick screw-thread.
It features Lisbon’s assay-marks (L-14A), alongside the maker’s mark “FA” (L-217A) for an unidentified silversmith working in the second half of the 16th century. Apart from these marks, there are also two later monograms, probably ownership marks dating from the 19th century (“VM” and “EJ”), engraved onto the recessed circular cavetto. On the dish’s underside, a longer handwritten inscription, scratched onto the silver and difficult to interpret.
The assay-marks, for testing the silver purity grade, probably punched when the dish was made or when it was sold, are also evident in the dish’s underside and in the foot. An important testimony of late 16th century Portuguese silverwork the present dish was displayed at the 2007 exhibition A Ourivesaria Portuguesa e os seus Mestres at the Museu Nacional Soares dos Reis, Oporto.

Pratos pouco profundos ou taças de pé baixo, um tipo de vaso conhecido em italiano como tazza, podiam ser feitos de vidro ou metal, sendo concebidos para servir comida à mesa. Na Veneza renascentista, tazze eram feitos em vidro e metais preciosos. Os protótipos metálicos provavelmente emprestaram o modelo do qual tais exemplares de vidro eram produzidos. As pinturas europeias dos séculos XVI e XVII mostram como tazze em vidro ou prata eram usadas para beber vinho à mesa ou para servir iguarias ou doces, como biscoitos, frutas cristalizadas ou fruta fresca. Em Portugal, tais vasos eram conhecidos por salvas, usadas para testar vinho ou comida contra possíveis venenos.
Este prato ou salva de pé terá sido feito para servir iguarias ou fruta, e quando não em uso à mesa seria exposto em taceiras. Esta rara salva, com seu invulgar prato quadrado, é uma rara sobrevivente da prataria portuguesa maneirista da segunda metade do século XVI. Finamente cinzelada, a sua decoração maneirista de cuir e ferronneries sobre fundo puncionado, e as suas máscaras de leão sobre cartelas por fundição, seguem provavelmente gravuras contemporâneas. A salva consiste num pé torneado, moldurado que se atarraxa ao prato por larga rosca, e um prato quadrado com uma caldeira torneada circular afundada. Ostenta a punção da cidade de Lisboa (L-14A), juntamente com a punção de fabricante (“FA”; L-217A) de um ourives não identificado da segunda metade do século XVI. Para além destas, encontram-se gravados a buril dois monogramas de data posterior, provavelmente marcas de posse já do século XIX (“VM” e “EJ”) na caldeira circular afundada, ocupando lugar de destaque. No tardoz da caldeira vemos uma inscrição manuscrita mais longa, provavelmente também uma marca de posse, simplesmente riscada na prata, de difícil interpretação. Marcas de ensaiador, para testar a qualidade da liga, provavelmente feitas quando a peça foi marcada no século XVI, ou quando foi posteriormente vendida, também estão presentes no tardoz do prato e no interior do pé torneado. Um raro testemunho da prataria portuguesa de finais de Quinhentos, foi exposto no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, na exposição A Ourivesaria Portuguesa e os seus Mestres (2007).

Hugo Miguel Crespo

  • Arte Portuguesa e Europeia
  • Pratas

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