Prato Armoriado

Nº de referência da peça: 
C727

A Large Portuguese Faience Armorial Plate
Lisbon, 1620-1650
"Pré-Arranhões"
D: 37 cm

Um prato armoriado de grandes dimensões em Faiança
Lisboa, 1620-1650
"Pré-Arranhões"
D: 37 cm

Seventeenth-century Portuguese faience deep armorial plate, of broad raised lip, resting on a low setback foot rim and decorated in cobalt-blue pigment applied onto a white-tin enamel ground.
The central section features exuberant armorial composition, attributable to the Mascarenhas and Costa families, within quartered “classic” Portuguese shield, inserted into a Mannerist cartouche and surmounted by unspecified coronet. The heraldic composition is framed by Baroque decorative border band of stylised, finely outlined, cobalt-blue acanthus leaves.
The broad lip, segmented into eight sections that extend into the concave centre, alternates ovals with camellias wrapped in ribbons and bound by blue spirals at the corners, with branches of peaches, interspersed with two types of vertical decorative elements, one characterized by flower centred suspending bows, the other by rows of flowers (pearls or jewels) and Chinese pierced coins.
On the reverse lip, eight polygonal cartouches centred by stylized floral motifs alternating with straight vertical lines.
In this instance we are faced with a Portuguese heraldic piece, harmoniously and ingeniously interpreted by the Lisbon potter on the basis of a Chinese Kraak porcelain prototype, a characteristic that was common in Portuguese faience decorative elements during this chrono stylistic period. This spatial organisation solution, evident on the plate’s lip ornamentation, framing a central, European inspired motif, will be long lasting within the context of Lisbon’s ceramic manufactures, extending well into the 1650s, albeit in increasingly stylized solutions, a fact that resulted directly from the pressures of an ever-growing production .
Beyond the high quality of the Portuguese faience, at the time even referred to as porcelain given its “counterfeit” similarities with China produced ceramics, the opulent heraldic depiction on this plate’s surface was clearly a visual and symbolic display of the power and wealth of its orderer. Both the Mascarenhas and the Costa families are ancestrally renowned in Portugal, and, in fact, a mention to a marriage between a Maria da Costa and her cousin João Mascarenhas does indeed exist in the archival record .
This type of plates was destined exclusively to the wealthiest of homes, being specifically classified as decorative display pieces of very limited practical use.

Prato armoriado de faiança portuguesa do século XVII de covo acentuado, aba larga levantada e frete recuado, decorado a azul-cobalto sobre esmalte branco estanífero.
O centro com as armas atribuídas a Mascarenhas e Costas em escudo português dito clássico, esquartelado e inserido em cartela maneirista, está encimado por coronel de nobreza. As armas estão envolvidas por moldura com faixa barroca, onde se desenham folhas de acanto estilizadas e primorosamente desenhadas, a azul-cobalto sobre fundo branco.
A decoração da aba prolonga-se pela caldeira dividida em oito reservas largas, quatro ovais com camélias envolvidas em cordões, limitadas nos cantos superiores e inferiores por espirais azuis, e as outras com ramos de pêssegos, que alternam com dois tipos de painéis verticais, um deles, de laçadas suspensas centradas por flor, e outro, com fiadas de flores (pérolas ou joias?) entre sapecas.
No tardoz, a aba está dividida em oito reservas poligonais centradas por apontamentos florais estilizados e separadas por traços verticais.
Estamos perante uma peça heráldica com as armas portuguesas bem concertada e interpretada ingenuamente pelo oleiro português, com base na porcelana chinesa Kraak, característica que se impunha na decoração da faiança portuguesa deste período crono-estilístico. Esta solução organizativa do espaço na aba dos pratos e o centro, do mesmo, com motivos europeus, conhecerá uma longa duração nas manufaturas cerâmicas de Lisboa, alcançando mesmo a década de 1650, ainda que em soluções cada vez mais estilizadas, sintoma de uma maior produção.
Para além da grande qualidade da faiança, que na época também era mencionada como porcelana – dada a sua semelhança “contrafeita” com a China -, a luxuriante representação heráldica deste prato serve como símbolo e produto indicador visual e simbólico do poder e riqueza do encomendante. As famílias Mascarenhas e Costa são ancestralmente conhecidas em território Nacional. Existe inclusivamente notícia de um casamento em 1586 entre D. Maria da Costa e seu primo D. João Mascarenhas.
Estes pratos vigoravam em casas abastadas, sobretudo como objetos decorativos de aparato e de uso limitado.

  • Arte Portuguesa e Europeia
  • Azulejos e Faianças

Formulário de contacto - Peças

CAPTCHA
This question is for testing whether or not you are a human visitor and to prevent automated spam submissions.
Image CAPTCHA
Enter the characters shown in the image.