Graça Morais: Anjos e Lobos: Diálogos da Humanidade
"Conheci Graça Morais enquanto estudante, ao visitar o seu atelier da Bica, em Lisboa. Grande emoção. Um atelier velho, mas com muito charme. Respirava-se trabalho, muita energia, muita pintura.
Já na São Roque, Maria Helena Roque, fundadora e Mãe de Mário Roque falava-me da paixão pela obra da artista.
Da sua energia. Do seu imaginário. Da sua verdade. Da sua contemporaneidade. Das referências clássicas numa linguagem muito própria, única e internacional sem medo e sem receios.
A São Roque, pela segunda vez, mostra um conjunto de obras da pintora, dez anos depois da exposição Olhar Graça Morais. Já terão passado mais de trinta anos, mas a sensação
que tivera então, voltou. Senti-a, ao visitar hoje o atelier com o Mário Roque, em tardes de boa luz.
Conversar com Graça Morais, para mim, é ficar mais
rico, é ficar mesmo mais rico.
Graça Morais fala-me de tudo, mesmo de tudo o que risca, de tudo o que pinta. Das suas idas ao estrangeiro, dos museus que visita. Das suas conversas com Paula Rego. Confesso,
tenho muita sorte.
Sinto a força do seu olhar de menina, olhar genuíno, olhar que não tem medo.
E o olhar sobre o mundo, sobre os Anjos, sobre os Lobos.Os lobos que assombram a atualidade e os heróis incógnitos que eterniza.
Graça Morais, obrigado por me dar oportunidade de privar consigo as suas histórias, o seu mundo."
António Afonso Lima