Garrafa quadrangular Camélias / A Camellias square bottle, 1630–1640
faiança portuguesa / portuguese faience
26,5 × 12,0 × 12,0 cm
C500
Seventeen century Portuguese faience bottle of square parallelepiped
shape, with rounded shoulder and prominent flaring neck, decorated
in cobalt-blue pigment applied over a tin-white glaze.
The decorative scheme is identical on all the four faces, consisting of filleted framed arched panels that follow the outline of
the piece, and floral motifs reinterpreted from oriental porcelain
of the period—two flower camellia encircled by stylized branches
and foliage in shades of blue. On the shoulder a typically Baroque
band of acanthus leaves ending shortly below the white lip.
The shape of this bottle replicates contemporary European
glass models whose function was to store wine or other beverages,
and whose shape allowed for stacking in wooden crates for easier
and safer transport.
This template was also widely reproduced in Chinese porcelain and Japanese lacquer as in the recorded examples at the Museu
Nacional de Arte Antiga, the Medeiros e Almeida Foundation or the
Museu do Oriente in Lisbon, and at the British Museum in London.
The potter imprinted his own style to the blue decoration,
while interpreting the vegetal motifs and symbols of contemporary
Chinese export porcelain and adapting them to the shape of the object in a practical and rather ingenuous manner far from the poetic
and erudite symbolism a Chinese potter would convey.
Although not belonging to a specific typology it is possible
to place this bottle within a group dating to the first half of the
17th century, specifically to its second quarter, whose defining attributes are the use of cobalt-blue decoration on tin-white glaze
and the adoption of Chinese sourced motifs associated to the
acanthus leaves of the European classical tradition that fill the
shoulder surfaces. On the basis of recently excavated archaeological material,
in Portugal and abroad, the historian Tânia Casimiro, has proposed
a reviewed dating for this type of pieces of between 1635 and 1650,
arguing that their emergence resulted from the ‘democratization
of consumption’ verified at that time, which promoted a creative
explosion in the decoration of Portuguese faience that is reflected in
a looser and more stylized decorative grammar, far from the more
carefully detailed patterns of the previous period1.
Garrafa paralelepipédica, de secção quadrangular, com ombro arredondado, colo curto e cilíndrico, gargalo proeminente, em faiança coberta a esmalte branco e com pintura a azul-cobalto, peça portuguesa do século XVII. Está decorada com quatro painéis arqueados onde se inscrevem cartelas, preenchidas por elementos decorativos vegetalistas de influência oriental: uma camélia com duas flores e respectivos ramos, e folhas estilizadas em vários tons de azul, sobre vidrado. O ombro é ocupado por faixa barroca de acantos e o gargalo proeminente em esmalte branco. O formato baseia-se nos frascos europeus de vidro usados para guardar bebidas alcoólicas, proporcionando um fácil acondicionamento em caixas de madeira, para melhor transporte. Este modelo foi ainda adaptado a garrafas de porcelana chinesa e laca japonesa da época, como as pertencentes ao Museu Nacional de Arte Antiga, à Fundação Medeiros e Almeida, à Fundação Oriente (Garrafa Vilas Boas e Faria) e ao British Museum. O oleiro português deu a esta garrafa o seu próprio estilo, mimetizando a flora e os símbolos da porcelana chinesa, apenas com intenção decorativa, adaptando-a ao formato do próprio objecto, sem o intuito poético que qualquer artista chinês lhe conferiria. Deste modo, este frasco é inédito na sua forma e na sua decoração. Não representa um modelo tipológico determinado, sendo, no entanto, atribuível à primeira metade do século XVII, mais especificamente do segundo quartel, cujas características principais são a utilização de azul-cobalto sobre branco de esmalte, e a decoração chinesa associada aos acantos europeus, pintados no ombro do frasco. Recentemente, Tânia Casimiro atribuiu estas peças ao período entre 1635 e 1650, como resultado da “democratização do consumo”, que promove uma explosão criativa na faiança portuguesa, originando um modelo de decorações vegetalistas, com grandes pétalas e folhas, mais estilizadas, longe do pormenor decorativo de outrora, como comprovam os achados arqueológicos, quer nacionais quer estrangeiros1.
1 Casimiro, Tânia, 2010, pp. 660–661.
Garrafa paralelepipédica, de secção quadrangular, com ombro arredondado, colo curto e cilíndrico, gargalo proeminente, em faiança coberta a esmalte branco e com pintura a azul-cobalto, peça portuguesa do século XVII. Está decorada com quatro painéis arqueados onde se inscrevem cartelas, preenchidas por elementos decorativos vegetalistas de influência oriental: uma camélia com duas flores e respectivos ramos, e folhas estilizadas em vários tons de azul, sobre vidrado. O ombro é ocupado por faixa barroca de acantos e o gargalo proeminente em esmalte branco. O formato baseia-se nos frascos europeus de vidro usados para guardar bebidas alcoólicas, proporcionando um fácil acondicionamento em caixas de madeira, para melhor transporte. Este modelo foi ainda adaptado a garrafas de porcelana chinesa e laca japonesa da época, como as pertencentes ao Museu Nacional de Arte Antiga, à Fundação Medeiros e Almeida, à Fundação Oriente (Garrafa Vilas Boas e Faria) e ao British Museum. O oleiro português deu a esta garrafa o seu próprio estilo, mimetizando a flora e os símbolos da porcelana chinesa, apenas com intenção decorativa, adaptando-a ao formato do próprio objecto, sem o intuito poético que qualquer artista chinês lhe conferiria. Deste modo, este frasco é inédito na sua forma e na sua decoração. Não representa um modelo tipológico determinado, sendo, no entanto, atribuível à primeira metade do século XVII, mais especificamente do segundo quartel, cujas características principais são a utilização de azul-cobalto sobre branco de esmalte, e a decoração chinesa associada aos acantos europeus, pintados no ombro do frasco. Recentemente, Tânia Casimiro atribuiu estas peças ao período entre 1635 e 1650, como resultado da “democratização do consumo”, que promove uma explosão criativa na faiança portuguesa, originando um modelo de decorações vegetalistas, com grandes pétalas e folhas, mais estilizadas, longe do pormenor decorativo de outrora, como comprovam os achados arqueológicos, quer nacionais quer estrangeiros1.
1 Casimiro, Tânia, 2010, pp. 660–661.
Provenance
Colecção particular, Lisboa.Exhibitions
“Un Siècle en Blanc et Bleu, Les Arts du Feu dans le Portugal duXVIIe Siècle”, G. Mendes, Paris 2016.Join our mailing list
* denotes required fields
We will process the personal data you have supplied in accordance with our privacy policy (available on request). You can unsubscribe or change your preferences at any time by clicking the link in our emails.