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São Francisco Xavier e o Mapa das suas Missões , Iberian school, séc. XVII

óleo s/ tela
46 x 35 cm
D1946
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Esta pequena pintura religiosa representa São Francisco Xavier diante do Mapa das suas Missões, também designado por S. Francisco Xavier a Embarcar para a Ásia.

Nascido em Espanha, Francisco Xavier (1506-1552), com Inácio de Loyola (1491-1556) e outros quatro companheiros, fundou a Companhia de Jesus (os Jesuítas), tornando-se uma figura-chave na obra missionária cristã na Ásia. Em 1541, viajou de Lisboa para a Índia, pregando em Goa, antes de alargar os seus esforços para o Sudeste Asiático e o Japão, local onde teve uma intensa ação na conversão ao Cristianismo. Morreu em 1552 na Ilha de Sanchoão (Shangchuan), ao largo da costa chinesa, quando tentava entrar no continente para prosseguir o seu trabalho missionário. Embora nunca tenha atingido a China, o seu legado missionário teve um impacto profundo na disseminação do Cristianismo na Ásia.

Concebida como uma alegoria da amplitude geográfica do trabalho missionário de S. Francisco Xavier, esta nossa pintura apresenta o santo, aureolado e segurando um crucifixo na sua mão direita, com um mapa da Ásia, oferecido por cinco figuras, das quais quatro representam os continentes. África é representada como um negro de pé, com brinco de pérola, segurando um machado. Também de pé está a Ásia, representada como um jovem de pele clara, vestindo uma longa túnica vermelha e um turbante decorado, com uma pena (ao estilo safávida e mogol), orgulhosamente segurando uma lança com o braço esquerdo. A figura feminina ajoelhada em primeiro plano representa a Europa, ricamente vestida e adornada com jóias, incluindo pérolas no cabelo entrançado, pescoço e nas fímbrias da sua túnica rosa. Aos pés da Europa, uma cornucópia, símbolo de abundância, da qual caem moedas de prata e ouro sobre a erva. Atrás dela, uma figura masculina ajoelhada e de pele escura, com turbante e armado com arco, representa a América. A figura de turbante que ladeia São Francisco Xavier, apresentando-lhe o mapa, é retratada como um velho homem de origem turca, provavelmente representando um piloto local, à semelhança dos que acompanharam os portugueses nas primeiras explorações das regiões indicadas no mapa. Ao fundo, à esquerda do santo, um navio prepara-se para partir, com uma figura a subir ao mastro para desfraldar a vela.

A presente pintura reproduz fielmente uma gravura de Cornelis Bloemaert II (1603-ca. 1689), a partir de uma composição original de Jan Miel (1599-1656. Publicada como frontispício da edição de 1667 da primeira parte do, muito divulgado e influente, livro de Daniello Bartoli, Dell’historia della Compagnia di Gesù, que trata o trabalho missionário jesuíta na Ásia. Bartoli (1608-1685) - reitor do Collegio Romano, a principal universidade jesuíta - destinou esta secção do livro à experiência missionária dos jesuítas no Oriente Extremo, incluindo o Japão e a China, desde a sua chegada a esses territórios em meados do século XVI.

A gravura de Bloemaert foi mais tarde copiada, em 1703, pelo artista mexicano Juan Gonzáles, numa pintura de enconchado (com embutidos de madrepérola) muito elaborada e de grandes dimensões (113,0 x 91,0 cm), hoje numa colecção particular.[1] Na sua adaptação da gravura flamenga, Gonzáles acrescentou legendas junto às alegorias dos quatro continentes. A figura feminina ajoelhada é identificada como Europa, enquanto a figura ajoelhada atrás dela, cujas vestes são agora representadas de forma mais precisa como sendo de penas, é identificada como América. O jovem de pé com turbante e aigrette de pluma é identificado como Ásia, enquanto o velho de turbante que segura o mapa não é identificado. Foi já sugerido que a gravura original não tinha intenção de representar os quatro continentes, e que as figuras representavam os diversos povos encontrados por Francisco Xavier na Ásia.[2] No entanto, considerando os atributos tradicionais na gravura original - como a cornucópia com um ceptro derramando-se sobre a erva em primeiro plano - tal interpretação torna-se insustentável.

Fielmente copiada da gravura de Bloemaert, a nossa pintura sobre tela foi talvez produzida em Portugal ou Espanha entre os finais do século XVII e inícios da seguinte centúria, destinada a uma das muitas instituições jesuítas na Península Ibérica. De pincel habilidoso, e de cores vivas e brilhantes, a sua qualidade artística é, em certa medida, ofuscada pela sua raridade e importância iconográfica.

Idêntico estilo pictórico podemos observar numa série de pinturas sobre a vida de S. Inácio de Loyola na Sé Nova de Coimbra, outrora a igreja do colégio jesuíta da cidade.[3] Pintada por volta de 1640 por Domingos da Cunha, o Cabrinha (1598-1644), a série segue de perto gravuras coevas de Jean Baptiste Barbé (1578-1649), a partir de Peter Paul Rubens (1577-1640). Na mesma época, com base em anteriores modelos pintados, uma série de pinturas sobre a vida de S. Francisco Xavier foi executada por Manuel Henriques (1593-1654) para o mesmo colégio e igreja jesuíta.[4] As duas séries estão agora na sacristia da igreja jesuíta em Coimbra, junto com outras pinturas devocionais de carácter e valor artístico idênticos à nossa pintura de S. Francisco Xavier Perante o Mapa das Suas Missões.


[1] Esta pintura foi encomendada por Ana Rodríguez de Madrid, nobre espanhola fixada no México. Veja-se Donna Pierce, “By the Boatload: Receiving and Recreating the Arts of Asia” in Dennis Carr (ed.), Made in the Americas. The New World Discovers Asia (cat.), Boston: MFA Publications, 2015, pp. 64-65; e Sonia I. Ocaña Ruiz, “Enconchado Frames: The Use of Japanese Ornamental Models in New Spanish Painting”, in Donna Pierce, Ronald Y. Otsuka (eds.), Asia and Spanish America. Trans-Pacific Artistic and Cultural Exchange, 1500-1850, Denver, Denver Art Museum 2009, pp. 129-149, ref. pp. 141-142, fig. 15.

[2] Rachel Miller, “From ‘Apostle of Japan’ to ‘Apostle of All the Christian World’: The Iconography of St. Francis Xavier and the Global Catholic Church”, Journal of Jesuit Studies, 9 (2022), pp. 415-437, ref. pp. 424-425.

[3] Maria de Lurdes Craveiro, António Júlio Trigueiros, A Sé Nova de Coimbra, Coimbra, Direcção Regional de Cultura do Centro, Sé Nova de Coimbra, 2011, pp. 95-122.

[4] Maria de Lurdes Craveiro, António Júlio Trigueiros, A Sé Nova de Coimbra, Coimbra, Direcção Regional de Cultura do Centro, Sé Nova de Coimbra, 2011, pp. 123-129.

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