São Roque
Skip to main content
  • Menu
  • Coleção
  • Publicações
  • Imprensa
  • Exposições
  • Vídeos
  • Arquivo
  • Contactos
  • Quem Somos
  • PT
  • EN
Menu
  • PT
  • EN
Coleção

Expansão Portuguesa

  • All
  • Portuguesa
  • Expansão Portuguesa
  • Expansão Espanhola
  • Europeia
  • Portuguesa Moderna e Contemporânea
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI
Open a larger version of the following image in a popup: Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI

Nomoli, Serra Leoa (povos Sapi), XV-XVI

esteatite - pedra-sabão
4,5 x 4,5 x 5 cm
F1357
Contactar
%3Cdiv%20class%3D%22title_and_year%22%3E%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_title%22%3ENomoli%3C/span%3E%2C%20%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_year%22%3ESerra%20Leoa%20%28povos%20Sapi%29%2C%20XV-XVI%3C/span%3E%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22medium%22%3Eesteatite%20-%20pedra-sab%C3%A3o%20%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22dimensions%22%3E4%2C5%20x%204%2C5%20x%205%20cm%3C/div%3E

Further images

  • (View a larger image of thumbnail 1 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 2 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 3 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 4 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 5 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 6 ) Thumbnail of additional image
Ler mais
Pequena escultura de cabeças antropomórfica em esteatite (composição de silicato de magnésio), faz parte de uma tipologia interessante conhecida pelo termo nomoli (pl. nomolisia), estas obras eram produzidas pelos povos Sapi (ou Sapes) da Serra Leoa, durante o séc. XV ou anteriormente. Também designada de pedra-sabão, a esteatite é mais fácil de trabalhar do que a madeira. Esculpidas em relevo, representam uma estranha cabeça de homem, de forma ovalada e com características fisionómicas acentuadas ou mesmo distorcidas, destacando-se pela sua singularidade, com um intencional afastamento da realidade. Apresentando proeminência da testa e macrocefalia, sem traços indicadores de cabelo ou qualquer penteado, grandes olhos globulares exorbitados, nariz largo e achatado, de narinas dilatadas, estas figuras adquirem uma expressividade notável, quase monstruosa. A escultura em pedra é muito rara na África subsaariana e utiliza os mesmos utensílios da madeira. É provável que a peça fizesse parte originalmente de uma figura de corpo inteiro, destacando a cabeça (e os adereços), à semelhança de outras esculturas de diferentes regiões do continente africano, como, por exemplo, as da Nigéria atual. Apresentando os mesmos temas iconográficos e configuração semelhante, mas evidenciando diferentes estilos escultóricos, podemos estabelecer um paralelismo com a produção ebúrnea da Serra Leoa, nomeadamente os marfins luso-africanos (ou ‘afro-portugueses”), objetos de exportação. Na sua generalidade, este tipo de objetos foram encontrados em campos agrícolas e de atividade mineira e a sua cronologia exata é obscura, sendo considerados muito recuados e detentores de poderes sobrenaturais (Curnow, 1983: 84).No início do século XVI, Duarte Pacheco Pereira (Esmeraldo Situ Orbis, 1505-1508) regista que os ‘Sapes’ se localizavam entre o rio Grande e o cabo Verga, referindo-se à generalidade dos povos que habitavam a antiga Serra Leoa, que se iniciava no cabo Verga, numa das definições das fontes do séc. XVI e XVII (in Afonso & Horta, 2013: 93). A escultura em pedra da Serra Leoa foi primeiramente designada de nomoli por um dos povos da Serra Leoa , tendo sido comparada aos marfins esculpidos nesta mesma região por William Fagg (Afro-Portuguese Ivories, 1959: XX-XXI). Este conservador do British Museum, referindo-se aos contactos comerciais dos portugueses na área da atual Freetown (entreposto de Mitombo), identifica diferentes estilos escultóricos e motivos iconográficos nas esculturas, salientando as semelhanças entre as cabeças de figuras humanas esculpidas em pedra (nomoli) e em marfim. A origem Sapi dos nomolisia foi confirmada em 1970, por John Atherton e Milan Kalous (in Martinez, 2007: 48), e os marfins da Serra Leoa passaram a designar-se “sapi-portugueses’, nome que substituiu a anterior denominação ‘sherbro-portugueses’ (Bassani & Fagg, 1988: 61). A adoção deste termo baseou-se em dois aspetos que remetem para a origem e cronologia— a semelhança com os nomolisia e a identificação dos povos Sapi, ancestrais dos atuais Bulom, Temne, Kissi, e outros povos (Peter Mark in Bassani, Fagg, 1988: 61, 44). Segundo Kathy Curnow (1983: 148), alguns saleiros sapi-portugueses (que a autora divide em oficinas A e B) têm figuras semelhantes aos nomolisia, o que permite diferenciar os povos intervenientes na sua produção.Estas esculturas de pedra têm sido encontradas numa vasta área da atual Serra Leoa e da Libéria, principalmente a Sudoeste, e a sua função original não seria a mesma das imagens dos povos e sociedades que habitam atualmente a região (Lamp, 1983: 222). A nível estilístico também não apresentam semelhanças, lembrando antes as imagens recentes dos Baga (Guiné) e os seus parentes linguísticos, os Temne (fronteira da Guiné), utilizadas numa variedade de rituais pelos povos Mende, Bullom e os Kono (Lamp, 1983: 220). Frederick Lamp (idem: 220) considera que estas figuras fariam parte das práticas rituais dos Temne, um dos povos descendentes dos “Sapi”, termo que inclui os Baga, os Temne e os Bullom, que nesse período ocupavam esta região da atual Guiné. Frederick Lamp, no artigo House of Stones: Memorial Art of Fifteenth-Century Sierra Leonne (1983), chama a atenção para a estreita semelhança entre as esculturas em pedra dos povos Sapes (nomoli, ithom ou pomdo), quer iconográficas quer estilísticas, e os marfins luso-africanos, que teriam a mesma origem, fazendo considerações sobre as prováveis funções e significados, e sobre a técnica de talhe semelhante nestes dois materiais. Apresentando um estilo diferente, referimos os “pomtan” (pl.), esculturas de pedra semelhantes, encontradas na região da Guiné ocupada pelos povos Kissi (Curnow, 1983: 81-83). Os nomolisia são representados como pessoas em pé, sentadas ou agachadas, mas também como figuras semi-humanas, semi-animalescas e animais (V. Silva, 2013: 17). Muitas são distorcidas ou mesmo informes. No caso das esculturas aqui apresentadas, apesar das dissemelhanças entre ambas, mostram uma definição formal e características ‘extra-humanas’. Podem-se comparar a fisionomia da nossa escultura com outros nomolisia de corpo inteiro, notando-se também semelhanças com a figura esculpida na extremidade de um olifante de marfim sapi-português, do Musée Calvet, em Avignon (Figs. 3-5). Existem alguns nomolisia representando figuras montadas em elefantes, como é o caso do olifante da Fig. 5 e de uma tampa de saleiro sapi-português (Fig. 6), símbolo de poder local e estatuto. O cruzamento de motivos iconográficos pode estar relacionado com as funções destes objetos, seja em pedra ou em marfim. Valentim Fernandes (1507-1510) menciona que um dos costumes dos Sapes consistia em homenagear os mortos com esculturas colocadas em pequenas casas, a quem ofereciam sacrifícios anuais, práticas que foram continuadas pelos Temne e os Bullom, atualmente (in Curnow, 1983: 88-89). Alguns dos saleiros de exportação da Serra Leoa, evidenciando a comunicação intercultural entre os Sapes e os portugueses de que resultou um hibridismo cultural, incorporavam símbolos religiosos e autoridade política local (Mark, 2014: 236, 246-7).
Vistos como um documento, este objeto encerra em si mesmo aspetos socioculturais e artísticos dos povos que os produziram, sendo uma importante valia para o conhecimento histórico. Desde os contatos iniciais dos portugueses na região da Serra Leoa, em 1460, o cotejo que tem sido estabelecido com os marfins sapi-portugueses, tem contribuído para a perceção da continuidade da produção escultórica nesta região (Lamp, 1983). Esta relação contribuiu para aferir a cronologia - através da identificação de motivos figurativos e decorativos presentes - permitindo perceber estas idiossincráticas obras em pedra, que antecedem a chegada dos europeus e que teriam servido de modelo a alguns dos marfins sapi-portugueses.Não fora a datação recuada como objetos arqueológicos datados do séc. XV ou anteriores, as nossas esculturas teriam um carácter moderno, pela convivência da interessante estilização formal e expressividade nelas patente, em seres humanos de configuração pouco realista. De facto, as características da arte africana remetem para o advento do modernismo artístico das vanguardas europeias, lembrando que o conhecimento da então considerada “arte primitiva” ou “arte tribal” se deu apenas desde finais do séc. XIX, altura em que chegaram à Europa inúmeras peças da África Ocidental e da Oceânia, e que a sua apreciação e valorização só se deu em meados do séc. XX.

BIBLIOGRAFIA
AFONSO, Luís U., HORTA, José da Silva. 2013. “Afro-Portuguese Olifants with Hunting Scenes (c. 1490-c. 1540).” Mande Studies 15, 79-97.BASSANI, Ezio, et FAGG, William. 1988. Africa and the Renaissance: Art in Ivory. New York: Prestael Verlag.CURNOW, Kathy. 1983. “The Afro-Portuguese Ivories: classification and stylistic analysis of a hybrid art form.”[s.I], 1983, PhD Dissertation, University of Indiana, 2 Vols.LAMP, Frederick. J. 1983. “House of Stones: Memorial Art of Fifteenth-Century Sierra Leone”, The Art Bulletin, Vol. 65, No. 2 (Jun.), 219-237. Doi:10.1080/00043079.1983.10788068.MARK, Peter. 2014. “African Meanings and European-African Discourse. Iconography and Semantics in Seventeenth Century Salt Cellars from Serra-Leoa”, Religion and Trade, Cross-Cultural Exchanges. World History, 1000-1900, eds. F. Trivellato, L. Halevi, C. Antunes, 236-266. Oxford: Oxford University Press. MARTINEZ, Eugenia Soledad. 2007. “Crossing-cultures: Afro-Portuguese Ivories of Fifteenth- and Sixteenth Century Sierra Leone.” [s.1]. [s.n.]. MA Thesis, University of Florida.MASSING, J. M. 2013. “Os Marfins Africanos e os Portugueses – African Ivories and the Portuguese”, Marfins no Império Português. Ivories in the Portuguese Empire, coord. Nuno Vassallo e Silva. Scribe.

Anterior
|
Próximo
3 
de  7
Configurar cookies
© 2025 São Roque
Site produzido por Artlogic
Instagram, opens in a new tab.
Newsletter
Mandar um email

Este site utiliza cookies
Este site utiliza cookies para ser mais útil para si. Por favor contacte-nos para saber mais sobre a nossa Política de Cookies.

Configurar cookies
Aceitar

Preferências das Cookies

Verifique as caixas de acordo com as suas permissões:

Cookie options
Necessário para o site funcionar, não pode ser desativado.
Melhore a sua experiência no site permitindo que guardemos as escolhas que fez sobre como ele deve funcionar.
Permita-nos adquirir dados de uso anônimos para melhorar a sua experiência no nosso site.
Permita-nos identificar os nossos visitantes para que possamos oferecer publicidade personalizada e direcionada.
Salvar preferências
Close

Receba as novidades!

Inscrever-se

* campos obrigatórios

Processaremos os seus dados pessoais que forneceu de acordo com nossa política de privacidade (disponível mediante solicitação). Pode cancelar a sua assinatura ou alterar as suas preferências a qualquer momento clicando no link nos nossos emails.