Escola Chinesa
Mulheres Tanka de Macau / Macao Tanka Women, séc. XIX
óleo s/ tela / oil on canvas
46,0 x 60,0 cm
Não assinado, não datado
D1864
Erudite pictorial composition in which a tenuous horizon line intersects sky and earth, with the ethereal mountains inserted into that same sky and absorbed by the colour pallet.In the foreground, two women and a child shielded by a Tanka boat. The older woman, dressed in blue with red headscarf, an attire characteristic of the Tanka people, is seated by a fire over which a kettle is heating up, observed by the younger woman and the child. The bright red details, the only warm colour that is featured, reinforce, and highlight this main scene. An almost vertical sky light brightens the scenery by shining on the sandy beach, a detail consistent with the mealtime. On the riverbank another Tanka boat with a standing figure contemplating the horizon.In the distance, a sampan boat seems to sail towards the opposite mountainous bank, where other small vessels can be discerned, conveying an ambience of tranquillity and reflection. In the background, together with the sky and the clouds, the mountains stand out from the scene, impressive and almost divine, completing the composition.This oil on canvas landscape, portraying a coastal area close to Macao, is focused on an everyday Tanka family scene, on the beach, close to their boat home. A highly accomplished work, it would have been painted by a Chinese artist close to George Chinnery, on account of the depicted scene and its excellent pictorial and chromatic quality, that reflects the evident intercultural fusion that occurred in visual arts.The Tanka fishing communities lived on boats beached along riverbanks or anchored in streams and estuaries. The larger boats could accommodate families of four or more people, together with fishing nets, bird cages, poultry and one or two dogs. Some older Tanka still live on their boat dwellings and maintain the traditional fishing livelihood. Women were responsible for sailing the vessels and for their conservation. Renowned for their good spirits and for their music, known as “salt-water songs”, they would carry their children until they were able to crawl, and put in a lifejacket for protection against drowning. Each boat would normally have a crew of two women; one behind an oar, composed of two elements joined and supported on an iron fitting, responsible for moving the boat, and the other seated at the bow, pulling another oar. Tanka (蛋家) or "boat dwellers", are a minority population in Southern China that lives on junks in the coastal areas of Guangdong, Fujian, Hong Kong and Macao. “Tank” is a Cantonese term for boat or junk and “ka” means family. The term Tanka is no longer used for its derogatory connotation, Historically Tanka were considered outcasts and “untouchable”, being often referred as “sea-gipsies” by other Chinese and by the British from Hong-Kong.Although they have been considered ancient Southwestern Asian migrants, the origin of the Tanka lies in a native ethnic minority from South China, known as Baiyue (1000 BCE – 1000 CE), who might have taken refuge at sea, gradually assimilating the Han culture, while preserving many of their original traditions.
Sabedora composição pictórica onde a ténue linha do horizonte divide o céu e a terra. As montanhas inserem-se neste mesmo céu, incorporadas pela paleta de cor. Num primeiro plano, um barco Tanka protege 2 mulheres e a criança que está ao colo. A idosa está sentada ao lado de uma chaleira ao lume - com vestimentas azuis e lenços vermelhos, características deste povo - sob o olhar da jovem e da criança. Os apontamentos vermelhos, única cor quente, reforçam e destacam esta primeira cena. A luz que vem do céu, quase verticalizada, ilumina este cenário projetando-se no areal, congruente com a hora da refeição. À beira-rio, barco sampana com figurante de pé, contemplando a paisagem que se lhe oferece. Nas águas navega uma embarcação sampana com o seu pescador, que se dirige à outra margem montanhosa, sendo possível observar perto da costa, em planos mais diluídos, pequenas barcaças flutuando, transmitindo-nos um ambiente de tranquilidade e reflexão. No último plano, juntamente com o céu e as nuvens, as montanhas destacam-se grandiosas e quase divinas, rematando esta pinturaEsta paisagem, óleo sobre tela, retrata a região costeira de Macau e centra-se numa cena do quotidiano de família Tanka no areal, junto ao seu barco-habitação. De grande beleza, terá sido pintada por artista chinês próximo de Georges Chinnery, atendendo à composição retratada e à sua grande qualidade pictórica e cromática. Nele está bem patente a fusão intercultural que ocorreu nas artes plásticas.Estas comunidades piscatórias residiam em embarcações, fundeadas no areal ao longo das margens ou ancoradas na água. Nas embarcações maiores viviam famílias de quatro ou mais pessoas, misturadas com redes de pesca, gaiolas de aves, galinhas, patos e um ou dois cachorros. As gerações mais velhas ainda hoje habitam nos seus barcos, continuando a viver da pesca. As barqueiras Tanka, responsáveis pela condução da embarcação e sua conservação, eram conhecidas pela boa disposição e sua música, conhecida por “canções da água salgada”. Carregavam os seus bebés até que conseguissem gatinhar, altura em que recebiam um “colete salva-vidas” para impedir o seu afogamento. Em geral duas, uma encarregue de mover o barco através do remo, composto por duas peças unidas e apoiadas num suporte de ferro. A outra, sentava-se na proa, puxando outro remo. Os Tankas, Tankás (蛋家)ou "pessoas da água", são uma população minoritária no sul da China que, vive em juncos7 nas zonas costeiras das províncias de Guangdong, Fujian, Hong Kong e Macau . Tank" é um termo cantonês para barco ou lixo e "ka" significa família. A palavra caiu em desuso, sendo atualmente pejorativa. Historicamente eram considerados párias (intocáveis), muitas vezes apelidados de " ciganos do mar " por chineses e britânicos. Embora tenham sido considerados antigos migrantes do sudoeste asiático, a origem do Tanka estará na minoria étnica nativa do sul da China, conhecida como Baiyue (1000AC-1000DC), que pode ter-se refugiado no mar e gradualmente assimilado a cultura Han, mas sempre preservando muitas das suas tradições originais.
Sabedora composição pictórica onde a ténue linha do horizonte divide o céu e a terra. As montanhas inserem-se neste mesmo céu, incorporadas pela paleta de cor. Num primeiro plano, um barco Tanka protege 2 mulheres e a criança que está ao colo. A idosa está sentada ao lado de uma chaleira ao lume - com vestimentas azuis e lenços vermelhos, características deste povo - sob o olhar da jovem e da criança. Os apontamentos vermelhos, única cor quente, reforçam e destacam esta primeira cena. A luz que vem do céu, quase verticalizada, ilumina este cenário projetando-se no areal, congruente com a hora da refeição. À beira-rio, barco sampana com figurante de pé, contemplando a paisagem que se lhe oferece. Nas águas navega uma embarcação sampana com o seu pescador, que se dirige à outra margem montanhosa, sendo possível observar perto da costa, em planos mais diluídos, pequenas barcaças flutuando, transmitindo-nos um ambiente de tranquilidade e reflexão. No último plano, juntamente com o céu e as nuvens, as montanhas destacam-se grandiosas e quase divinas, rematando esta pinturaEsta paisagem, óleo sobre tela, retrata a região costeira de Macau e centra-se numa cena do quotidiano de família Tanka no areal, junto ao seu barco-habitação. De grande beleza, terá sido pintada por artista chinês próximo de Georges Chinnery, atendendo à composição retratada e à sua grande qualidade pictórica e cromática. Nele está bem patente a fusão intercultural que ocorreu nas artes plásticas.Estas comunidades piscatórias residiam em embarcações, fundeadas no areal ao longo das margens ou ancoradas na água. Nas embarcações maiores viviam famílias de quatro ou mais pessoas, misturadas com redes de pesca, gaiolas de aves, galinhas, patos e um ou dois cachorros. As gerações mais velhas ainda hoje habitam nos seus barcos, continuando a viver da pesca. As barqueiras Tanka, responsáveis pela condução da embarcação e sua conservação, eram conhecidas pela boa disposição e sua música, conhecida por “canções da água salgada”. Carregavam os seus bebés até que conseguissem gatinhar, altura em que recebiam um “colete salva-vidas” para impedir o seu afogamento. Em geral duas, uma encarregue de mover o barco através do remo, composto por duas peças unidas e apoiadas num suporte de ferro. A outra, sentava-se na proa, puxando outro remo. Os Tankas, Tankás (蛋家)ou "pessoas da água", são uma população minoritária no sul da China que, vive em juncos7 nas zonas costeiras das províncias de Guangdong, Fujian, Hong Kong e Macau . Tank" é um termo cantonês para barco ou lixo e "ka" significa família. A palavra caiu em desuso, sendo atualmente pejorativa. Historicamente eram considerados párias (intocáveis), muitas vezes apelidados de " ciganos do mar " por chineses e britânicos. Embora tenham sido considerados antigos migrantes do sudoeste asiático, a origem do Tanka estará na minoria étnica nativa do sul da China, conhecida como Baiyue (1000AC-1000DC), que pode ter-se refugiado no mar e gradualmente assimilado a cultura Han, mas sempre preservando muitas das suas tradições originais.