Pichel / Jug, Lisboa, 1620-1640
faiança portuguesa / portuguese faience
Alt.: 27,0 cm
C748
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Portuguese faïence jug dating from the first half of the 17th century, featuring cobalt blue decoration on tin white enamelled ground. Resting on a conical grooved foot, the ovoid shaped body extends upwards through a long cylindrical neck, terminating in a tubular recessed mouth of protruding spout, covered by pewter hinged lid attached to the semi-circular handle.Denoting the practical knowledge of the pottery painter, the decorative elements conform to the object’s bulging shape. On the body, framed by a central continuous ornamental belt, a composition of characteristically eastern garden features with multiple clusters of rock outcrops and exotic vegetation, from which stand out two large camellias and palm trees separated by fences. In the sky, the sun, and variously shaped clouds. This composition is interrupted at the rear by a wide band flanked by diamond shaped reticulated pattern.Encasing and completing the main belt decoration, two bars framed by double threads. An upper one characterized by oval cells alternating with straight and zigzagging diagonal lines, and a lower one, conical and sectioned into nine panels emerging from the center, which rotate frames of reticulated and of meander elements, in a segmentation characteristic of Kraak porcelain. This decorative grammar is repeated sequentially in the six neck cartouches isolated by double parallel lines. The white enameled handle displays a sequence of cobalt blue chevrons.Engraved with the monogram c.a.c.s. within a floral wreath, the hinged pewter cover of palm shaped thumb piece, for ease of use, is fixed to the top of the vessel’s handle.Clearly absorbing Chinese porcelain prototypes, this outstanding example of a Portuguese faience jug dating from the 1620–1640 period, was directly inspired, both in its main subject and in its neck and base organisation of geometric ornamental elements, by the decorative grammar of the Kraak porcelain wares produced during the reign of Emperor Wanli.Often referred to in the past as ‘Hamburg bottles’, these vessels reflect a typical, pewter lidded, regional format. In fact, not only for their decorative composition and colour palette, but particularly for their shape and presence of a lid, this specific type of jug was mainly destined to the Hanseatic League geographic sphere. The existence of specially commissioned objects, such as the present jug, can also suggest the existence of pottery workshops whose production was destined to specific markets requirements.A jug of identical shape and decoration was recorded in the former António Miranda collection, having been classified by Miguel Cabral Moncada as an example of the Portuguese faience cycle known as ‘Wanli Decoration’ (1590– 1525). Identical jugs can also be seen in various museum collections in Hamburg, Stockholm, Vienna, or London.
Jarro ou pichel de faiança portuguesa da primeira metade do século XVII, decorado a azul-cobalto sobre esmalte estanífero. De bojo ovoide, que se prolonga por um colo alto e cilíndrico, termina em gargalo tubular recuado e bico saliente. A pega semicircular, que une o bojo ao colo, segura tampa em estanho. Assenta sobre base cónica com reentrâncias escavadas. A decoração submete-se à forma da peça, o que evidencia a sabedoria do pintor oleiro. No bojo destaca-se uma banda larga contínua com o registo central, onde se desenvolve paisagem com características de um jardim tipicamente oriental, onde proliferam agrupamentos de rochedos e vegetação exótica - destacando-se duas grandes camélias e palmeiras – separados por cercas divisórias. No céu, o astro rei e nuvens de várias formas. Este registo está interrompido no tardoz por faixa larga, laterais com reticulado em ponta de diamante.Completam o bojo duas faixas, emolduradas por filetes duplos. A superior, formada por composição de óvulos alternados com linhas rectas e ziguezagues à meia esquadria e a da base, estrangulada, constituída por nove painéis, que se desenvolvem simetricamente a partir do centro, alternando molduras preenchidas com reticulado e com meandros, numa segmentação muito característica do período Kraak - Wanli. Esta linguagem decorativa é repetida sequencialmente nas seis reservas que dividem o colo, separadas por duas linhas verticais e paralelas. A pega em esmalte branco está decorada por uma sequência de aspas angulares a azul-cobalto. A peça assenta em base cónica, com reentrâncias escavadas preenchidas com a mesma cor. Uma tampa em estanho - com patilha própria em palmeta de modo a facilitar o seu manuseamento - gravada com as letras “C.A.C.S.” envoltas por coroa de flores geometrizadas, cobre o gargalo, articulada e presa à pega do recipiente. Este excelente exemplar de faiança portuguesa com data de produção aproximada de 1620-40, inspirou-se directamente na porcelana Wanli, com influência directa na porcelana Kraak, tanto na temática central como na distribuição das reservas, no colo e na base do bojo, preenchidas com elementos decorativos de feição geométrica. Frequentemente denominadas “garrafas de Hamburgo”, estes jarros refletem um formato regional típico, com tampa em estanho. Na verdade, não só pela sua composição decorativa e paleta de cores, mas sobretudo pela sua forma e morfologia da tampa, este tipo específico de jarro destinava-se sobretudo ao âmbito geográfico da Liga Hanseática. A existência de encomendas singulares, como esta, pode também sugerir a presença de olarias portuguesas com produção direcionada a nichos exclusivos de mercado .Na coleção de António Miranda existe um exemplar idêntico, quer na forma quer na decoração, que Miguel Cabral Moncada integra no ciclo de faiança portuguesa denominado de “Decoração Wanli” (1590-1625) . Outros exemplares também podem ser vistos em varias coleções de museus, em Hamburgo, Estocolmo, Viena e Londres.
Jarro ou pichel de faiança portuguesa da primeira metade do século XVII, decorado a azul-cobalto sobre esmalte estanífero. De bojo ovoide, que se prolonga por um colo alto e cilíndrico, termina em gargalo tubular recuado e bico saliente. A pega semicircular, que une o bojo ao colo, segura tampa em estanho. Assenta sobre base cónica com reentrâncias escavadas. A decoração submete-se à forma da peça, o que evidencia a sabedoria do pintor oleiro. No bojo destaca-se uma banda larga contínua com o registo central, onde se desenvolve paisagem com características de um jardim tipicamente oriental, onde proliferam agrupamentos de rochedos e vegetação exótica - destacando-se duas grandes camélias e palmeiras – separados por cercas divisórias. No céu, o astro rei e nuvens de várias formas. Este registo está interrompido no tardoz por faixa larga, laterais com reticulado em ponta de diamante.Completam o bojo duas faixas, emolduradas por filetes duplos. A superior, formada por composição de óvulos alternados com linhas rectas e ziguezagues à meia esquadria e a da base, estrangulada, constituída por nove painéis, que se desenvolvem simetricamente a partir do centro, alternando molduras preenchidas com reticulado e com meandros, numa segmentação muito característica do período Kraak - Wanli. Esta linguagem decorativa é repetida sequencialmente nas seis reservas que dividem o colo, separadas por duas linhas verticais e paralelas. A pega em esmalte branco está decorada por uma sequência de aspas angulares a azul-cobalto. A peça assenta em base cónica, com reentrâncias escavadas preenchidas com a mesma cor. Uma tampa em estanho - com patilha própria em palmeta de modo a facilitar o seu manuseamento - gravada com as letras “C.A.C.S.” envoltas por coroa de flores geometrizadas, cobre o gargalo, articulada e presa à pega do recipiente. Este excelente exemplar de faiança portuguesa com data de produção aproximada de 1620-40, inspirou-se directamente na porcelana Wanli, com influência directa na porcelana Kraak, tanto na temática central como na distribuição das reservas, no colo e na base do bojo, preenchidas com elementos decorativos de feição geométrica. Frequentemente denominadas “garrafas de Hamburgo”, estes jarros refletem um formato regional típico, com tampa em estanho. Na verdade, não só pela sua composição decorativa e paleta de cores, mas sobretudo pela sua forma e morfologia da tampa, este tipo específico de jarro destinava-se sobretudo ao âmbito geográfico da Liga Hanseática. A existência de encomendas singulares, como esta, pode também sugerir a presença de olarias portuguesas com produção direcionada a nichos exclusivos de mercado .Na coleção de António Miranda existe um exemplar idêntico, quer na forma quer na decoração, que Miguel Cabral Moncada integra no ciclo de faiança portuguesa denominado de “Decoração Wanli” (1590-1625) . Outros exemplares também podem ser vistos em varias coleções de museus, em Hamburgo, Estocolmo, Viena e Londres.
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