Manga de Farmácia, 1641
In both jars the lower section is defined by a baroque scroll band while the flaring neck is encircled by a strip of stylised vines alternating with oblique parallel stripes, identical to the pot previously described (C643, cf. no. 45). The pioneering use of the ‘Baroque band’ of acanthus scrolls in these pieces dated to 1641, and in other certainly contemporary but undated examples, should be emphasised as it contradicts the opinion of some art historians that have argued for a later dating. This incorrect assumption has been historically justified on the basis that the ‘Baroque band’ occurs more commonly in the second half of the 17th and early 18th centuries, albeit being by then of notoriously lower aesthetic quality. These apothecary jars and other pieces of identical armorials, such as the example from the Museu de Artes Decorativas in Viana do Castelo, e à Câmara Municipal do Porto (Inv. no. 585)1, the previously described pot and the two bottles from the Museu Nacional de Machado de Castro in Coimbra2, all displaying the Portuguese Royal Arms are a notable group celebrating the 1640 Portuguese Crown Restoration. As referred in relation to the previously described pot, these pieces are powerful symbols of independence, marking an important event in Portuguese history and announcing to the world the newly restored crown. The earliest known provenance is Muriel Rosalie Tait (1886– 1978), who owned the item during the Private Collections Antique Exhibitions at the Salão Silva Porto in May 1939 (cat. no. 392). From a prominent English family of entrepreneurs involved in the port wine trade, Ms Tait made significant contributions to Porto’s cultural life. Her property, Quinta do Meio, today known as Casa Tait, was sold to the Oporto’s municipality in 1978 with the condition that it be converted into a public space. Acquired by Arthur de Sandão, they were later donated to the Ateneu Comercial do Porto3. A piece from Museu de Viana de Castelo (MMVC no. 360/426) is almost identical, with a ‘fusion’ decoration of these two apothecary jars—a fishing scene in an oriental-style vessel, topped by a leaping rabbit—and was featured in the exhibition ‘Nas Rotas do Mundo’ at the Museu de Arte Antiga, Lisbon 2013
Magnífico par (C664 e C665) de canudos ou mangas armoriados em faiança portuguesa do século XVII, de formato cilíndrico e ligeiramente cintado, decorados a azul-cobalto com as Armas Reais Portuguesas e datados de 1641—encomenda régia de D. João IV, na sequência da Restauração da Independência de Portugal. Em ambos os recipientes, o bojo está decorado com uma exuberante reserva rectangular na qual se integra um brasão, encimado por coroa fechada e a data. Prolonga-se por paisagem contínua, que é diferente em cada um dos exemplares. No canudo C664 destaca-se uma exuberante saliência rochosa, no prolongamento de um edifício fantasioso, com tecto de duas águas e torreões com ameias. Nela está sentada uma figura masculina, vestida ao gosto da época, que segura cana de pesca com dois peixes presos no anzol. Na parte inferior, vista marítima distante, com dois barcos à vela e bote a remos de feição oriental, cujo ocupante tem chapéu de aba larga.
No C665, a paisagem centra-se em lago com três palmípedes, aparentemente patos, ladeado por elementos rochosos ligados entre si por ponte, estrutura arqueada que é atravessada por um grande cão. Completam o cenário, ramagens de gosto oriental. Em ambos, a parte inferior do bojo, está acentuada por faixa barroca envolvente e, o colo que tem bordo saliente, está contornado por faixa com gavinhas estilizadas separadas por traços paralelos oblíquos, idêntica à do boião com as Armas Reais incluído neste catálogo (C643, cf. n.º 45). Deve evidenciar-se, nestas peças datadas de 1641, a presença pioneira do que se chama “faixa barroca”, formada por enrolamentos de acantos alternados, que encontramos ainda noutras cerâmicas deste período, antes da eclosão do estilo barroco, ao contrário do que tem sido afirmado pela generalidade dos historiadores. Efectivamente, este motivo é mais frequente na segunda metade do século e nas primeiras décadas de Setecentos, já em pleno período barroco, com desenho cada vez mais tosco e impreciso. Estes dois contentores e outros de heráldica afim—como o exemplar pertencente ao Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo e à Câmara M. do Porto (Inv. n.º 585)1, duas garrafas do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra2 e o grande boião desta colecção—que exibem as Armas Reais Portuguesas, compõem um notável conjunto comemorativo da Restauração da Coroa Portuguesa em 1640. Estas peças são verdadeiros símbolos de poder, assinalando a efeméride com grande exuberância na representação heráldica—como se pretendessem mostrar ao mundo que a Coroa Portuguesa tinha sido restaurada. A proveniência conhecida mais recuada é Muriel Rosalie Tait (1886–1978), a proprietária por altura da Exposições de Antiguidades nas Colecções Particulares no Salão Silva Porto, em Maio de 1939 (cat. n.º 392). Esta senhora, oriunda de importante família inglesa de empresários ligada ao comércio do vinho do Porto, contribuiu muito para a vida cultural do Porto. A sua propriedade, Quinta do Meio, hoje denominada Casa Tait, foi vendida em 1978 ao município desta cidade, com a condição de vir a ser um espaço público. Adquiridas por Arthur de Sandão, são mais tarde doadas ao Ateneu Comercial do Porto3. Peça do Museu de Viana de Castelo (MMVC n.º 360/426) é muito semelhante, sendo a decoração uma “fusão” destes dois canudos—cena de pesca em barco de cariz oriental, encimada por coelho em posição rompante—e figurou na Exposições Nas Rotas do Mundo, no Museu de Arte Antiga, Lisboa 2013
Receba as novidades!
* campos obrigatórios
Processaremos os seus dados pessoais que forneceu de acordo com nossa política de privacidade (disponível mediante solicitação). Pode cancelar a sua assinatura ou alterar as suas preferências a qualquer momento clicando no link nos nossos emails.