Prato Oitavado / Octagonal Plate, 1660-1680
faiança portuguesa / portuguese faience
⌀ 30,5 cm
C655
Portuguese 17th century ‘desenho miúdo’ plate, made in an exceptionally fine clay and decorated in an intense cobalt blue and
manganese—purple pigment applied on a particularly subtle and
translucent tin-white enamel (cf.: Intro. Ch. VII)
On the well, defined by an octagonal frame, a landscape
with oriental looking buildings and vegetal motifs marked by an
exuberant palm tree, encircling an unusual classical mythology
scene of a turbaned naked man holding a bull’s horns, in a depiction of the 7th Labour of Hercules, the Capture of the Cretan Bull.
The curved, gently flaring lip is decorated by a continuous
band of oriental looking structures, palm and other trees, as well
as loose vegetal elements of Chinese inspiration.
Normally defined as of ‘Desenho Miúdo’ (cf.: Intro. Ch.
VII), the theme can be used in densely filled compositions or as
a background for western motifs, as in the case of this plate, in a
curious creation blending Chinese porcelain themes and Portuguese decorative grammars that results in a hybrid production of
great creative freedom.
The ‘desenho miúdo’ characteristic design served as a
framework for the central motif of Western character, creating
an interesting fusion of Chinese porcelain and Portuguese decorative sentiment. The result is a hybrid and original plate where
creative freedom is emphasized.
Additionally, to its exceptional technical and decorative
quality it is important to highlight the unusual type of wide curving lip, of marked convexity, similar to a plate at the Museu Machado
de Castro1.
About this plate Arthur de Sandão refers ‘…the manufacture
and beauty, one of the most exceptional we have seen, justify the
alias — Lisbon Porcelain…’2.
Excepcional prato oitavado seiscentista, em faiança portuguesa, decorado a “desenho miúdo”, a azul-cobalto e a negro de manganês, sobre esmalte estanífero branco. Realçamos a qualidade e finura da pasta, a suavidade do vidrado estanífero e a beleza e intensidade do azul utilizado nesta peça. O centro, definido por uma reserva octogonal, está preenchido por paisagem com edifícios de influência oriental e motivos vegetalistas, onde se destaca uma exuberante palmeira. Este panorama enquadra uma invulgar representação da mitologia clássica, homem nu com turbante a lutar com um touro, agarrando-o pelos chifres, tema que poderá relacionar-se com o Sétimo Trabalho de Hércules: a “Captura do Touro de Creta”. A aba gomada, de perfil curvo e largo, é preenchida por uma paisagem exótica, onde se evidenciam construções orientalizantes, palmeiras e outras árvores, entre elementos vegetalistas soltos de inspiração chinesa. Num preenchimento característico do “desenho miúdo” (cf.: Intro. Cap. VII), o tema serviu de enquadramento ao motivo central de cariz ocidental, numa interessantíssima criação, que reflecte a fusão da porcelana chinesa com o sentimento decorativo português, resultando um prato híbrido e original, onde se privilegia a liberdade criativa. Para além da grande qualidade técnica e decorativa, salientamos a tipologia da aba, larga, com superfície de marcada convexidade, semelhante ao prato da colecção do Museu Machado de Castro1. Na análise deste prato, Arthur de Sandão refere “… a feitura e beleza, das mais esmeradas que nos foi dado a examinar, justificam o apodo — porcelana de Lisboa…”2.
1 Santos, Reynaldo dos, 1960, p. 36, fig. 14.
2 Sandão, Arthur de, 1988, p. 42.
Excepcional prato oitavado seiscentista, em faiança portuguesa, decorado a “desenho miúdo”, a azul-cobalto e a negro de manganês, sobre esmalte estanífero branco. Realçamos a qualidade e finura da pasta, a suavidade do vidrado estanífero e a beleza e intensidade do azul utilizado nesta peça. O centro, definido por uma reserva octogonal, está preenchido por paisagem com edifícios de influência oriental e motivos vegetalistas, onde se destaca uma exuberante palmeira. Este panorama enquadra uma invulgar representação da mitologia clássica, homem nu com turbante a lutar com um touro, agarrando-o pelos chifres, tema que poderá relacionar-se com o Sétimo Trabalho de Hércules: a “Captura do Touro de Creta”. A aba gomada, de perfil curvo e largo, é preenchida por uma paisagem exótica, onde se evidenciam construções orientalizantes, palmeiras e outras árvores, entre elementos vegetalistas soltos de inspiração chinesa. Num preenchimento característico do “desenho miúdo” (cf.: Intro. Cap. VII), o tema serviu de enquadramento ao motivo central de cariz ocidental, numa interessantíssima criação, que reflecte a fusão da porcelana chinesa com o sentimento decorativo português, resultando um prato híbrido e original, onde se privilegia a liberdade criativa. Para além da grande qualidade técnica e decorativa, salientamos a tipologia da aba, larga, com superfície de marcada convexidade, semelhante ao prato da colecção do Museu Machado de Castro1. Na análise deste prato, Arthur de Sandão refere “… a feitura e beleza, das mais esmeradas que nos foi dado a examinar, justificam o apodo — porcelana de Lisboa…”2.
1 Santos, Reynaldo dos, 1960, p. 36, fig. 14.
2 Sandão, Arthur de, 1988, p. 42.
Provenance
Col. M.B., Alcobaça; Col. Marchante, SouzelExposições
"A Influência Oriental na Cerâmica Protuguesa do Século XVII", Lisboa, MNAA 1994Literature
ROQUE, Mário, Lisboa na Origem da Chinoiserie, Lisboa: São Roque, 2018 (pp. 220-221)Receba as novidades!
* campos obrigatórios
Processaremos os seus dados pessoais que forneceu de acordo com nossa política de privacidade (disponível mediante solicitação). Pode cancelar a sua assinatura ou alterar as suas preferências a qualquer momento clicando no link nos nossos emails.