Prato de aparato Monges Budistas à Sombra de Umbella / A Buddhist Monks under an Umbella display plate, 1660–1680
faiança portuguesa / portuguese faience
⌀ 39,0 cm
C421
Exceptionally large Portuguese faience shallow plate, with a gently
raising rim, enamelled in white glaze decorated in a dense and detailed cobalt-blue and manganese-purple ‘Desenho Miúdo’ pattern.
The central composition, clearly inspired by Chinese porcelain models, depicts two Buddhist monks standing on a bridge
under the shade of a large umbella, surrounded by dense floral
motifs. The whole oriental scene framed by a band of acanthus
leaf scrolls of clear western flavour.
The rim, equally depicting an oriental inspired landscape,
assumes a story like composition with buildings, a Dutch windmill, dogs, birds, trees, flowers, leaves and plumes in minute detail,
perfectly within the general topic. On the reverse, four equidistant
foliage branches.
As mentioned previously, the characteristic symbolic allusions in Chinese porcelain decorative motifs, assume in Portuguese
faience an exclusively decorative significance. The two Buddhist
monks on the bridge may be related to ‘Journey to the West’,
written by Wu Cheng'en around 1570. This epic narrates the story
of the Buddhist monk Xuanzang's (602–664) pilgrimage to India,
during which he and his companions while crossing a bridge, lost
their bodily existence and turned into immortals. Of superb detail
and quality, the rim ‘desenho miúdo’ decoration, of graphic albeit
nervous stroke outlined in manganese-purple, fills the whole space
in a characteristic horror vacui that promotes the artist’s creative
freedom, giving origin to a hybrid yet original faience.
The typically Dutch windmill image suggests the possibility
of a Dutch commission or, more likely, a rather desperate attempt
by the Portuguese potters at competing with the Delft workshops which, from 1660 onwards, will substantially increase their production to supply a growing and demanding market, a commercial move
of enormous impact on the sales of the Lisbon produced faience.
A similar piece, albeit with a single monk image, is referred
by Reynaldo dos Santos, as belonging to the Viana do Castelo
Museum1.
Excepcional prato em faiança portuguesa de grandes dimensões, com covo pouco acentuado e de aba levantada, coberto de esmalte branco e pintado a azul e vinoso de manganês, com minucioso padrão decorativo de “Desenho Miúdo”. A ornamentação do centro é marcadamente oriental, centrada em dois monges budistas numa ponte à sombra de uma grande umbela, e cercados por profusa composição vegetalista. Está limitada por uma banda de enrolamentos de folhas de acanto, mais ao gosto europeu. A aba, preenchida por paisagem orientalizante, tem composição, ao jeito de uma história: casario, moinhos holandeses, cães, aves, árvores, flores, folha e plumas, em desenho muito miúdo, mas perfeitamente enquadrado no tema. No verso quatro apontamentos vegetalistas equidistantes. Tal como referido anteriormente, as representações simbólicas características da porcelana da China, quando usadas na faiança portuguesa são meramente decorativas. Os dois monges budistas sobre a ponte poderão estar em relação com “A Viagem para Ocidente”, escrita por Wu Chengen, c. 1570. Um épico que narra a história da peregrinação à Índia do monge budista Xuanzang (602–664), que fica imortal ao atravessar uma ponte com seus companheiros. As abas apresentam grande qualidade de elaboração, em motivos de pintura gráfica e nervosa, contornados a vinoso de manganês, que preenchem o espaço num horror vacui. Aqui a liberdade criativa é privilegiada, conduzindo a uma faiança híbrida e original. Os moinhos holandeses da aba deste prato sugerem que possa ter sido uma encomenda holandesa, ou, mais provavelmente, uma tentativa desesperada dos oleiros portugueses de competir com as oficinas de Delft, que a partir de 1660 aumentaram exponencialmente a sua produção, no que resultou a perda de grande parte da clientela que anteriormente consumira as faianças olisiponenses. Uma peça semelhante, embora com uma única imagem de monge, é referida por Reynaldo dos Santos, como pertencente ao Museu de Viana do Castelo1
1 Santos, Reynaldo dos, 1960, Est. XII.
Excepcional prato em faiança portuguesa de grandes dimensões, com covo pouco acentuado e de aba levantada, coberto de esmalte branco e pintado a azul e vinoso de manganês, com minucioso padrão decorativo de “Desenho Miúdo”. A ornamentação do centro é marcadamente oriental, centrada em dois monges budistas numa ponte à sombra de uma grande umbela, e cercados por profusa composição vegetalista. Está limitada por uma banda de enrolamentos de folhas de acanto, mais ao gosto europeu. A aba, preenchida por paisagem orientalizante, tem composição, ao jeito de uma história: casario, moinhos holandeses, cães, aves, árvores, flores, folha e plumas, em desenho muito miúdo, mas perfeitamente enquadrado no tema. No verso quatro apontamentos vegetalistas equidistantes. Tal como referido anteriormente, as representações simbólicas características da porcelana da China, quando usadas na faiança portuguesa são meramente decorativas. Os dois monges budistas sobre a ponte poderão estar em relação com “A Viagem para Ocidente”, escrita por Wu Chengen, c. 1570. Um épico que narra a história da peregrinação à Índia do monge budista Xuanzang (602–664), que fica imortal ao atravessar uma ponte com seus companheiros. As abas apresentam grande qualidade de elaboração, em motivos de pintura gráfica e nervosa, contornados a vinoso de manganês, que preenchem o espaço num horror vacui. Aqui a liberdade criativa é privilegiada, conduzindo a uma faiança híbrida e original. Os moinhos holandeses da aba deste prato sugerem que possa ter sido uma encomenda holandesa, ou, mais provavelmente, uma tentativa desesperada dos oleiros portugueses de competir com as oficinas de Delft, que a partir de 1660 aumentaram exponencialmente a sua produção, no que resultou a perda de grande parte da clientela que anteriormente consumira as faianças olisiponenses. Uma peça semelhante, embora com uma única imagem de monge, é referida por Reynaldo dos Santos, como pertencente ao Museu de Viana do Castelo1
1 Santos, Reynaldo dos, 1960, Est. XII.
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